Carta 1.0
Oi, ainda lembra de mim? Eu costumava ser tudo pra você, costumava ser uma menina que sempre ria de tudo, que não se importava com nada, sempre fazia de tudo para que as outras pessoas se sentissem bem.
Lembro quando eu era o motivo de sua alegria, lembro também de todas as nossas conversas, nossas risadas. […] Estou confusa com muita coisa ainda, não tenho ideia de como resolver tudo isso, mas fugir eu sei que é uma péssima escolha, e que nem deveria passar pela minha cabeça, mas nesse momento não tenho opções.
Vou sentir falta de algumas pessoas, poucas, mas que dá-se para se contar nos dedos, mas isso passa. Obrigada por alguns momentos de felicidade, e pelos momentos de tristeza, que foram muitos, na verdade.
Eu simplesmente cansei, cansei de tanta gente falsa e de todo mundo dizendo o que eu tenho que fazer ou o que eu não devo fazer. Cansei de todo mundo dizendo pra ser forte e que isso vai passar. Não me julgue. […] Mas eu nunca faço diferença, nunca fiz. Queria ser suficiente pra alguém, ser o motivo de alguém.
Caso você ainda não tenha percebido, eu amo você. Não me arrependo de tudo que fiz, algumas coisas foram realmente necessárias, outras não. Algumas me arrependo de ter feito[…] Sem você, eu me via sem chão. Mas Isso foi apenas um prolongo, que nunca vai ser lido corretamente pela pessoa certa.”
Ps: Carta encontrada no bolso de uma suicida. 6 de março.
